quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Lidar com a viagem: uma pequena arte.

Vão se afastando, lentamente, no tempo, as margens de São Tomé. No entanto, esta partida, física, não foi suficiente para que as memórias se afastassem na mesma medida. Impossível comparar o concreto com o afeto, mais ainda se este afeto é tão recente; sabe, ainda, na boca, a umidade ilhéu.
Lisboa passou em dias corridos. Eu, e a minha tentativa de ser paciente... Eu, e as marcas que me ficaram, "inamovíveis".
Agora, parto para a ilha da Madeira. Mais um colóquio, mais uma forma de ir, aos poucos, cumprindo minha promessa de ler e levar Conceição Lima comigo para onde quer que eu vá. Na bagagem da São, vêm outras descobertas, lembranças de encontros memoráveis, como com Alda do Espírito Santo, em 2009, aceso pelo poema "Gravana". Encontrei-me também com o Fred dos Anjos, em "A mão do poeta", Amigo cujas mãos teimam em escrever na memória histórias das ilhas, memórias de agostos setembros, conversas entre longos e graves silêncios...
Toda vez que estou no ar, sinto-me livre e estranhamente feliz. Escrevo agora enquanto voo, e voa também meu pensamento, fugindo para São Tomé por instantes. Contudo, a vida - a continuidade da vida - me impele, e já não posso negar seu chamado. A vida, e todas as suas novidades, que são o que a faz seguir.
Sigo para mais um olhar sobre o mundo, mais uma ilha para guardar na memória. Preenchemos os momentos com nossa ávida busca pelo equilíbrio, e a felicidade.
A felicidade, esta sensação indizível.

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