domingo, 5 de junho de 2011

Um pouquíssimo sobre São Tomé e Príncipe

Breve nota acerca do país e sugestões de leitura e pesquisa: São Tomé e Príncipe eram ilhas desabitadas. Foram descobertas pelos portugueses em 1470 e 1471, respectivamente. A ilha do Príncipe foi nomeada, a priori, ilha de Santo Antônio. As ilhas passaram por processos de implantação de uma economia agrícola, em dois momentos distintos de colonização pelos portugueses (foram grandes produtoras/exportadoras de café e cacau, por exemplo). As chamadas “roças” (para nós, brasileiros, fazendas de produção) eram o análogo à indústria responsáveis pela economia do país. Receberam escravos/contratados de várias partes do continente africano, como Moçambique, Angola, Gabão e Cabo Verde, por exemplo. Para além disso, os portugueses também foram responsáveis pelo processo de povoamento das ilhas, com “autorização” para ter filhos com as mulheres “serviçais”. Sendo assim, o que temos é uma ilha mestiça.  Em 1975, São Tomé e Príncipe tornou-se “independente” de Portugal e instaurou-se aqui um governo democrático, muito embora o título encobrisse um cerceamento da liberdade de expressão. Para além disso, as roças foram nacionalizadas, ou seja, entregues aos habitantes locais, majoritariamente os forros (hoje a esmagadora maioria das roças está inativa e sucateada). Surge, assim, a República Democrática de São Tomé e Príncipe. O país ainda "engatinha", como jovem que é, nos processos de constituição de uma democracia real e de desenvolvimento econômico e social. E educacional. (Para conhecer melhor os caminhos políticos e sociais trilhados por este país, sugiro a leitura de “Camaradas, clientes e compadres. Colonialismo, Socialismo e Democratização em São Tomé e Príncipe”, de Gerhard Seibert. Para conhecer a vida nas roças, assistir ao filme de 1908, na CACAU, interessante pelo que mostra e, segundo a professora da Universidade Nova de Lisboa que aqui esteve por ocasião do Dia da África, interessante também pelo que oculta).

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